"Why Evolution Is True" ou “Porque a Evolução é verdade”, que ainda não foi lançado no Brasil, aborda argumentos e exemplos que suportam a teoria da evolução, tema exaustivamente explorado por diversos autores nacionais e internacionais. Entretanto, poucos possuem as credenciais, o talento narrativo e o poder de argumentação que Jerry Coyne não poupa neste livro.
Jerry Coyne, além de contribuir ativamente para o campo da especiação, possui um pedigree evolucionário incrível: foi orientado por Richard Lewontin (um dos fundadores dos campos da genética de populações e evolução molecular), que por sua vez foi orientado por Theodosius Dobzhansky (pai da síntese moderna da evolução), treinado por Thomas Hunt Morgan (um dos fundadores da genética moderna e ganhador do premio Nobel de Medicina em 1933). Acredito que o Dr. Coyne, ao publicar o “Porque a Evolução é verdade” definitivamente honrou esta ancestralidade peculiar e formidável.
Nos primeiro capítulo, Dr. Coyne explica por que a evolução, diferentemente das propostas alternativas a ela, constitui em uma teoria cientifica e lista uma serie de previsões geradas pela teoria da evolução, que podem ser testadas. Os capítulos que seguem constituem uma enxurrada de exemplos magníficos, de topos os tipos, que dão suporte as previsões listadas pelo Dr. Coyne.
A principio estava um pouco apreensivo com o livro, pois imaginei que teria que ler mais um autor comentando sobre os mesmos exemplos que vários outros antes dele já citaram. Contudo, fiquei surpreso com o numero assombroso de exemplos fantásticos de evolução na natureza que eu completamente desconhecia. E a narrativa do Dr. Coyne os amarra juntos em um pacote de evidencias que não permitem qualquer outra conclusão que não seja a constatação da verdade absoluta que é evolução das espécies.
Opto nesta resenha por não mencionar os exemplos que Dr. Coyne usa no livro. Prefiro deixar como surpresa para o leitor, pois adorei ser surpreendido pelos exemplos exóticos. Mas uma das minhas seções prediletas do livro foi a lista de fontes obtidas na internet. La estão disponíveis uma serie de textos e vídeos super interessantes sobre os temas abordados no livro.
A única critica que faço ao livro é que a opção feita pelo Dr. Coyne (talvez absolutamente necessária) de abordar uma amostragem descomunal exemplos fez com que os últimos capítulos do livro se tornassem uma leitura um pouco cansativa.
Enfim, “Porque a Evolução é verdade” definitivamente não é somente mais um livro sobre evolução, mas sim uma grande contribuição para a divulgação da teoria da evolução e leitura agradabilíssima para leigos e especialistas.
Fala Igor e Rodrigo,
ReplyDeleteJá faz um tempo que sigo o blog e os posts sempre me surpreendem. Gostaria de parabenizar vocês dois por isso.
Eu ainda não li esse livro, mas realmente parece ser muito interessante. Principalmente por causa dos "antepassados" que esse autor possui... hehehe...
Essa semana que passou eu assisti uma palestra interessante do Prof. WF Doolittle sobre uns trabalhos que ele publicou onde a evolução não seria somente vertical como a maior parte das pessoas acreditam. E graças a esses trabalho, a algum tempo (não me recordo quando) a capa da revista New Scientist publicou algo do tipo "Por que Darwin estava errado". Não sei se vocês ouviram falar sobre esse artigo, mas seria interessante se escrevessem alguma coisa sobre (aqui o link para o "artigo": http://www.newscientist.com/article/mg20126921.600-why-darwin-was-wrong-about-the-tree-of-life.html
Abraços,
Emilio
Oi Emilio,
ReplyDeletefico contente em saber que vc curte o blog. Sinta-se a vontade pra comentar sempre que quiser!
Vou dar uma olhada na materia do new scientist.
Abraco,
Igor
Oi Emilio,
ReplyDeleteValeu pelo comentário...eu nao li o artigo parece interessante....é a estória da transferência horizontal de genes....acho que li algo disso em algum artigo...
Fique sempre a vontade de comentar...esse post do Igor foi ótimo....
Abcos
Está no bookmark! Obrigado pela indicação Igor, continue fazendo resenhas por aqui. Os autores têm de saber fazer poesia científica, como diria Dawkins em Unweaving the Rainbow.
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